Reabilitação vocal com fístula fonatória microvascular

Autores

  • Vera Sofia Soares Serviço de Otorrinolaringologia/Cirurgia Maxilo-Facial, Hospital de São Teotónio EPE, Viseu
  • A. Canas Marques Serviço de Otorrinolaringologia/Cirurgia Maxilo-Facial, Hospital de São Teotónio EPE, Viseu
  • R. Amaral Serviço de Otorrinolaringologia/Cirurgia Maxilo-Facial, Hospital de São Teotónio EPE, Viseu
  • J. Marques dos Santos Serviço de Otorrinolaringologia/Cirurgia Maxilo-Facial, Hospital de São Teotónio EPE, Viseu

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.67

Palavras-chave:

retalho microvascularizado, fístula fonatória, voz, laringectomia, reabilitação vocal

Resumo

Introdução: A reabilitação vocal pós laringectomia total é um dos maiores desafios de qualquer equipa cirúrgica de cabeça e pescoço. Inclui a reconstrução vocal sem comprometer a protecção da via aérea durante a deglutição. Entre os vários métodos que permitem conseguir esse duplo objectivo, a punção traqueoesofágica com utilização de prótese é provavelmente o mais utilizado, apesar de alguns inconvenientes que lhe estão associados: necessidade de alta pressão de fonação inicial, formação de tecido de granulação em redor do shunt, risco de bloqueio ou deslocação da prótese, dificuldade na troca e necessidade de limpeza frequente da prótese. Os cuidados permanentes com esses dispositivos representam uma morbilidade significativa para o doente laringectomizado, pelo que em casos seleccionados outras alternativas devem ser ponderadas. Uma dessas alternativas é a reconstrução com retalho microvascularizado. Apresentamos um caso clinico com reconstrução satisfatória em termos funcionais.

Material e métodos: Apresentação de um caso clinico de fistula fonatória microvascular utilizando um retalho antebraquial. Revisão da bibliografia.

Resultados: A evolução pós cirúrgica do doente foi favorável, conseguindo-se uma boa reabilitação funcional subjectiva e objectiva. A qualidade vocal do doente é satisfatória e a aspiração, residual e sem complicações. A configuração do retalho permitiu uma relativamente fácil construção do neo- tubo vocal.

Conclusões: A reconstrução fonatória pós laringectomia total com retalho microvascularizado do antebraço permite obter uma razoável qualidade vocal, sem aumentar o risco de aspiração durante a deglutição; a necessidade de cuidados mínimos a longo prazo resulta numa melhor qualidade de vida para o doente, devendo ser uma opção a oferecer na ausência de contraindicação a esta técnica.

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Como Citar

Soares, V. S., Marques, A. C., Amaral, R., & dos Santos, J. M. (2013). Reabilitação vocal com fístula fonatória microvascular. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 51(3), 189–193. https://doi.org/10.34631/sporl.67

Edição

Secção

Caso Clínico