Tumor do espaço parafaríngeo. Revisão de literatura

Autores

  • Maria Pimenta Machado Interno Complementar - Departamento de Otorrinolaringologia, Voz e Perturbações da Comunicação do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Portugal
  • Ana Rita Santos Assistente Hospitalar - Departamento de Otorrinolaringologia, Voz e Perturbações da Comunicação do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Portugal
  • Luís Freitas Assistente Hospitalar - Departamento de Otorrinolaringologia, Voz e Perturbações da Comunicação do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Portugal
  • Alberto Santos Assistente Hospitalar - Departamento de Otorrinolaringologia, Voz e Perturbações da Comunicação do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Portugal
  • Carlos Macor Assistente Hospitalar Graduado - Departamento de Otorrinolaringologia, Voz e Perturbações da Comunicação do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Portugal
  • Óscar Dias Chefe de Serviço - Departamento de Otorrinolaringologia, Voz e Perturbações da Comunicação do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Portugal
  • Mário Andrea Director de Serviço - Departamento de Otorrinolaringologia, Voz e Perturbações da Comunicação do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.96

Palavras-chave:

Parafaríngeo, Tumores

Resumo

Introdução: O espaço parafaríngeo é uma área anatómica
complexa, onde se pode encontrar uma grande variedade de
tumores, benignos e malignos. No entanto, os tumores do
espaço parafaríngeo são raros, representam cerca de 0,5% dos
tumores da cabeça e pescoço.

Caso clínico: Apresenta-se o caso de um homem de 54 anos
com queixas de roncopatia e disfagia. No exame objectivo
observou-se abaulamento do palato mole com medialização
da amígdala palatina esquerda. O diagnóstico foi de tumor
do espaço parafaríngeo. Foi submetido a cirurgia: abordagem
transcervical-parotídea com mandibulectomia mediana.
O resultado anatomo-patológico da peça operatória foi de
adenoma pleomórfico.

Discussão: Os TEP, pela sua raridade, clínica insidiosa e
inespecífica, podem passar despercebidos por um longo
período de tempo. A história clínica e o exame objectivo
podem sugerir a etiologia da lesão. Os exames imagiológicos
são essenciais para a caracterização destes tumores:
localização, tamanho, extensão. No entanto, há controvérsias
sobre o que se deve pedir como exame de primeira linha. Há
autores que consideram a citologia aspirativa por agulha fina,
essencial no diagnóstico histológico tumoral. O tratamento de escolha dos TEP é cirúrgico. Várias abordagens cirúrgicas têm
sido descritas ao longo do tempo. A escolha da técnica cirúrgica
depende da localização, do tamanho e da extensão tumoral.

Conclusão: Os TEP são tumores raros e maioritariamente
assintomáticos. O índice de suspeita tem de ser elevado, O
tratamento destes tumores é considerado um desafio. Sendo
raros, a experiência pessoal é sempre reduzida. Localizandose
numa área anatómica complexa, o acesso é difícil. O
tratamento é cirúrgico. Na maioria dos casos, é utilizada
a abordagem transcervical para tumores retro-estilóides
e a abordagem transcervical-parotídea para tumores préestilóides,
com ou sem mandibulectomia. A decisão cirúrgica
acertada, permite o sucesso terapêutico, reduz o risco de
complicações pós-operatórias, bem como o risco de recidiva
tumoral.

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Downloads

Como Citar

Machado, M. P., Santos, A. R., Freitas, L., Santos, A., Macor, C., Dias, Óscar, & Andrea, M. (2012). Tumor do espaço parafaríngeo. Revisão de literatura. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 50(2), 171–179. https://doi.org/10.34631/sporl.96

Edição

Secção

Caso Clínico