Qualidade vocal em mulheres com diagnóstico de nódulos vocais: Estudo preliminar
DOI:
https://doi.org/10.34631/sporl.160Palavras-chave:
Avaliação perceptiva, Análise acústica, NódulosResumo
Objectivos: (1) Identificar o grau e tipo de disfonia; (2) Determinar os valores dos parâmetros acústicos; (3) Verificar a relação entre a avaliação perceptiva e os diferentes parâmetros acústicos.
Método: 15 mulheres adultas, com o diagnóstico de nódulos vocais, foram sujeitas a avaliação vocal perceptiva através do uso da escala GRBAS e a análise acústica, através do programa de software Praat, de vogais /a/, /i/ e /u/ em leitura numa frase de apoio e de conversação.
Resultados: (1) O grau de severidade da disfonia variou entre ligeiro (40%) e moderado (53%). O tipo de disfonia identificada foi de rouquidão ligeira (40%) e moderada (53%) com características de soprosidade ligeira (87%); (2) A média da Fo está dentro dos parâmetros considerados normais para a leitura, assim como os valores de Jitter PPQ5 para a leitura e conversação. O Shimmer APQ3 e HNR revelaram valores patológicos em leitura e conversação; (3) O grau de severidade da disfonia correlacionou-se negativamente com a frequência fundamental (Fo) e o HNR e positivamente com o Jitter PPQ5 e o Shimmer APQ3. A Rouquidão correlacionouse negativamente com o HNR e positivamente com o Shimmer APQ3 e Jitter PPQ5 e a soprosidade positivamente com o Jitter PPQ5.
Conclusão: Este estudo contribuiu para um conhecimento aprofundado da qualidade da voz em mulheres com nódulos vocais e para a demonstração da vantagem no uso de uma avaliação multidimensional da voz.
Referências
Guimarães I, Barros E, Gama I, Beirão J. A Frequência Fundamental da voz de adultos. Revista Portuguesa ORL 2003; 41:127-140.
Carvalho P, Correia P, Quintel A, Pimentel J. Vocal cord nodules. In the abstract book of the 1st World Voice Congress. April, Oporto, Portugal; 1995.
Hirano M. Clinical examination of voice. New York: Sprienger-Verlag; 1981.
Nemr K, Amar A, Abrahão M, Leite G, et al. Análise Comparativa entre avaliação fonoaudiológica perceptivo-auditiva, análise acústica e laringoscopias indirectas para avaliação vocal em população com queixa vocal. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia 2005 Fev; 71 (1).
Guimarães I. A ciência e a arte da voz humana. Alcabideche: Escola Superior de Saúde do Alcoitão; 2007.
Morsomme D, Jamart J, Werry C, Giovanni A, et al. Comparison between the GIRGAS scale and the acoustic and aerodynamic measures provided by EVA for the assessment of dysphonia following vocal fold paralysis. Folia Phoniatrica, Logopedica 2001; 3: 317-32.
Bhuta T, Patrick L, Garnett J. Perceptual Evaluation of Voice Quality and its Correlation with Acoustic Measurements. Journal of Voice 2004; 18 (3): 299- 304.
Yu P, Ouaknine M, Revis J, Giovanni A. Objective voice analysis for dysphonic patients: a multiparametric protocol including acoustic and aerodynamic measurements. Journal of voice 2001; 15(4): 529-542.
Gouveia S. Avaliação Multidimensional da Voz. [Dissertação de Mestrado]. Alcoitão: Escola Superior de Saúde do Alcoitão e Instituto de Ciências da Saúde da Universidade; 2007.
Wuyts LF, De Bodt SM, Molenberghs G, Remacle M, et al. The dysphonia severity index: an objective measure of vocal quality based on a multiparameter approach. Journal of Speech 2000; 43:796-809.
Speyer R, Wieneke G, Dejionckere P. Documentation of progress in voice therapy: perceptual, acoustic, and laryngostroboscopic findings pretherapy and postherapy. Journal of Voice 2004; 18 (3): 325-340.
Uloza V, Saferis V, Ulziene I. Perceptual and acoustic assesssment of voice pathology and the efficacy of endolaryngeal
phonomicrosurgery. Journal of Voice 2005; 19 (1): 138-145.
Batalla F, Santos P, Santiago G, González B, et al. Perceptual evaluation of dysphonia: correlation with acoustic parameters and realibility. Acta Otorrinolaringologia Espanhola 2004; 55: 282-287.
Guimarães I. An electrolaryngographic study of dysphonic portugueses speakers. Dissertação de doutoramento. Londres: University of London; 2002.
Frohlich M, Michaelis D, Strube HW, Cruise E. Acoustic voice analysis by means of the Hoarseness Diagram. Journal of Speech Language and Hearing Research 2000; 43: 706-720.
Lopes J, Freitas S, Sousa R, Matos J, et al. A medida HNR: sua relevância na análise acústica da voz e sua estimação precisa. Guarda: I Jornadas sobre Tecnologia e Saúde; 2008.
Huckvale M. ProRec versão 1.2 (online computer program). 2007. http://www.phon.ucl.ac.uk/resource/prorec/ (acedido em Abril de 2009).
Boersma P, Weenink D. Praat: doing phonetics by computer (versão5.1.05) (online computer program). 2009. http://www.fon.hum.uva.nl/david/. Recuperado em 1 Maio, 2009, de http://www.praat.org/
Pribuisiene R, Uloza V, Kupcinskas L, Jonaitis L. Perceptual and Acoustic Characteristics of Voice Changes in Reflux Laryngitis Patients. Journal of Voice 2006; 20 (1): 128 – 136.
González B, Batalla F, Santos P, Nieto C. Índice de Incapacidad Vocal: factores predictivos. Acta Otorrinolaringologica Espanha 2006;57: 101 – 108.
Rodríguez-Parra MJ, Adrián JA, Casado J C. Voice therapy used to test a basic protocol for multidimensonal assessment of dysphonia. Journal of Voice 2007; 23 (3): 304 – 318.
Constantino T, Guimarães I. Influência da duração da disfonia na qualidade vocal e seu impacto psicossocial em mulheres. Re(habilitar) 2005; 1: 3-24.
Guimarães I, Abberton E. Fundamental frequency in speakers of Portuguese for different voice samples. Journal of Voice 2005; 19 (4): 592-606.
Klingholtz F. Acoustic recognition of voice disorders: a comparative study of running speech versus sustained vowels. Journal of the acoustical society of America 1990; 87: 2218-2224.
Baken RJ. Clinical measure of speech and voice. London: Singular Publishing Group, Inc.; 1996.
Gouveia S. Caracterização e impacto psicossocial da voz em pacientes disfónicas [monografia final de curso de licenciatura em Terapia da Fala]. Alcoitão: Escola Superior de Saúde do Alcoitão; 2004.
Carmona J. Estudo da voz em mulheres com nódulos vocais [monografia final de curso de licenciatura em Terapia da Fala]. Alcoitão: Escola Superior de Saúde do Alcoitão; 2003.
Holmberg E, Hillman R, Hammarberg B, Sodersen M, et al. Efficacy of a behaviorally based voice therapy protocol for vocal nodules. Journal of voice 2001; 15 (3): 395-412.
Wolfe V, Fitch J, Martin D. Acoustic measures of dysphonic severity across and within voice types. Folia Phoniatrica et Logopaedica 1997;49: 292-299.
Wolfe V, Martin D. Acoustic correlates of dysphonia: type and severity. Journal Communication Disorders 1997; 30: 403-416.
Morente J, Torres J, Jiménez M, Maroto D, et al. Estúdio Objectivo de la Voz En Poblacón Normal y en la Disfonia por Nódulos Y Pólipos Vocales. Acta Otorrinolaringol Esp 2001; 52: 476-482.
Behlau M, Madazio G, Pontes P. Disfonias organicofuncionais. In: Behlau M. editor Voz: O Livro do Especialista.(Ed. I). Rio de Janeiro: Livraria e Editora Revinter; 2001. p. 295-329.