Protocolo de detecção precoce de rinossinusite fúngica invasiva aguda

Autores

  • Joana Candeias Deus Interna do Internato Complementar em Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria
  • Miguel Pereira Interno do Internato Complementar em Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria
  • Luís Dores Interno do Internato Complementar em Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria
  • Marta Canas Marques Assistente Hospitalar de Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria
  • Marco Alveirinho Simão Assistente Hospitalar de Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria
  • Óscar Dias Chefe de serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria
  • Mário Andrea Director de Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.555

Palavras-chave:

detecção precoce, rinossinusite fúngica invasiva aguda, protocolo

Resumo

Introdução: A Rinossinusite Fúngica Invasiva é uma entidade nosológica cada vez mais frequente, devido principalmente ao aumento de doentes imunodeprimidos. Apesar do progresso no tratamento médico e cirúrgico a taxa de mortalidade desta entidade permanece elevada, entre 20-80%. Os autores propõem um protocolo multidisciplinar para uma intervenção precoce em doentes imunodeprimidos com suspeita de Rinossinusite Fúngica Invasiva Aguda.

Material e Métodos: Os artigos analisados nesta revisão foram identificados através de uma pesquisa sistemática, realizada no PubMed. Foram selecionados 18 artigos publicados entre Setembro de 1993 e Janeiro de 2014. Foram incluídos artigos passiveis de analisar os fatores do hospedeiro que predispõe à RSFIA, e os sinais e sintomas precoces que levam à suspeição da doença. Para o diagnóstico e tratamento foram utilizadas “guidelines” e consensos internacionais.

Resultados: A disfunção neutrofílica parece ser um fator predisponente transversal a praticamente todos os doentes que desenvolveram RSFIA. A febre e/ou os sintomas locais (edema e dor facial, obstrução nasal, rinorreia, cefaleias) são considerados os sintomas mais precoces de RSFIA, assim como mucosa pálida, pouco friável, edema, granulações e crostas são considerados os sinais mais precoces. O exame de imagem mais utilizado para a avaliação inicial de doentes com suspeita de RSFI é a TAC SPN. Os critérios de diagnóstico de RSFIA são definidos pelos grupos ISHAM e EORTC/MSG-NIAID. O tratamento inclui a correção da imunodeficiência de base, a terapêutica médica com antifúngicos sistémicos e o desbridamento cirúrgico.

Conclusões: Os autores apresentam um protocolo de identificação e tratamento de doentes com rinossinusite fúngica invasiva aguda. Palavras chave: 

Referências

Thompson GR, Patterson TF. Fungal disease of the nose and paranasal sinuses. J Allergy Clin Immunol. 2012 Fev;129:321–326.

Chakrabarti A, Sharma C. Paranasal Sinus Mycoses. Indian Jchest Dis Allied Sc. 2000; 42:293-304.

DeShazo RD, Chapin K, Swain R. Fungal sinusitis. N Eng J Med. 1997;337:254–259.

Chakrabarti A, Denning DW, Ferguson BJ, Ponikau J, et al. Fungal rhinosinusitis: a categorization and definitional schema addressing current controversies. Laryngoscope. 2009;119(9): 1809–1818.

PariKh SL, Venkatraman G, DelGaudio JM. Invasive Fungal Sinusitis: A 15-year Review from a Single Institution. Am j Rhinol. 2004;18:75-81.

Turner JH, Soudry E, Nayak JV, Hwang PH. Survival Outcomes in Acute Invasive Fungal Sinusitis: A systematic Review and Quantitative Synthesis of Published Evidence. Laryngoscope. 2013 May;123(5):1112-8.

DelGaudio JM, Clemson LA. An Early Detection Protocol for Invasive Fungal Sinusitis in Neutropenic Patients Successfully Reduces Extent of Disease at Presentation and Long Term Morbidity. Laryngoscope 2009 Jan;119(1):180-3.

Gillespie MB, O’Malley BW Jr, Francis HW. An approach to fulminant invasive fungal rhinosinusitis in the immunocompromised host. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 1998 May;124(5):520-6.

DelGaudio JM, Swain RE Jr, Kingdom TT, Muller S, et al. Computed tomographic findings in patients with invasive fungal sinusitis. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2003 Feb;129(2):236-40.

Takahashi H, Hinohira Y, Hato N, Wakisaka H, et al. Clinical features and outcomes of four patients with invasive fungal sinusitis. Auris Nasus Larynx. 2011 Apr;38(2):289-94.

Anselmo-Lima WT, Lopes RP, Valera FC, Demarco RC. Invasive fungal rhinosinusitis in immunocompromised patients. Rhinology. 2004 Sep;42(3):141-4.

Chen CY, Sheng WH, Cheng A, Cheb YC, et al. Fungal sinusitis in patients with hematological malignancy: 15 years experience in a single university hospital in Taiwan. BMC Infect Dis. 2011 Sep; 22;11:250.

Zappasodi P, Rossi M, Castagnola C, Pagella F, et al. Resolution of invasive fungal sinusitis in immunocompromised patients: neutrophil count is crucial beside a combined medical and surgical approach. Ann Hematol. 2010 Jul;89(7):737-9.

Süslü AE, Oğretmenoğlu O, Süslü N, Yücel OT, et al. Acute invasive fungal rhinosinusitis: our experience with 19 patients. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2009 Jan; 266(1):77-82.

Finkelstein A, Contreras D, Pardo J, Cruz JP. Paranasal sinuses computed tomography in the initial evaluation of patients with

suspected invasive fungal rhinosinusitis. European Archives of Oto-Rhino-Laryngology. 2011 August; 011;268 (8):1157-1162.

Gillespie MB, Huchton DM, O’Malley BW. Role of middle turbinate biopsy in the diagnosis of fulminant invasive fungal rhinosinusitis. Laryngoscope. 2000 Nov;110(11):1832-6.

Howells RC, Ramadan HH. Usefulness of computed tomography and magnetic resonance in fulminant invasive fungal rhinosinusitis. Am J Rhinol. 2001 Jul-Aug;15(4):255-61.

Groppo ER, El-Sayed IH, Aiken AH, Glastonbury CM. Computed tomography and magnetic resonance imaging characteristics of acute invasive fungal sinusitis. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2011 Oct;137(10):1005-10.

Pauw B, Walsh TJ, Donnelly JP, Stevens DA, et al. Revised definitions of invasive fungal disease from the European Organization for Research and Treatment of Cancer/Invasive Fungal Infections Cooperative Group and the National Institute of Allergy and Infectious Diseases Mycoses Study Group (EORTC/MSG-NIAID) Consensus Group. Clin Infect Dis. 2008; 46:1813-1821.

Ghadiali MT, Deckard NA, Farooq U, Astor F, et al. Frozen-section biopsy analysis for acute invasive fungal rhinosinusitis. Otolaryngol Head Neck Surg. 2007 May;136(5):714-9.

Walsh TJ, Anaissie EJ, Denning DW, Herbrecht R, et al. Treatment of Aspergillosis: clinical practice guidelines of the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2008; 46:327.

Monroe MM, Max McLean BA, Sautter N, Wax MK. Invasive Fungal Rhinosinusitis: A 15-Year Experience With 29 Patients. Laryngoscope. 2013 Jul;123(7):1583-7.

Kasapoglu F, Coskun H, Ozmen OA, Akalin H, et al. Acute invasive fungal rhinosinusitis: evaluation of 26 patients treated with endonasal or open surgical procedures. Otolaryngol Head Neck Surg. 2010 Nov;143(5):614-20.

Downloads

Como Citar

Candeias Deus, J., Pereira, M., Dores, L., Canas Marques, M., Alveirinho Simão, M., Dias, Óscar, & Andrea, M. (2015). Protocolo de detecção precoce de rinossinusite fúngica invasiva aguda. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 53(1), 5–12. https://doi.org/10.34631/sporl.555

Edição

Secção

Artigo Original