Otossífilis: Um diagnóstico raro em Otorrinolaringologia

Autores

  • Sara Tavares Interna do Internato Complementar de ORL do Hospital Garcia de Orta
  • Hugo Rodrigues Interno do Internato Complementar de ORL do Hospital Garcia de Orta
  • Inês Silva Interna do Internato Complementar de ORL do Hospital Garcia de Orta
  • Carla André Assistente Hospitalar do Serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial do Hospital Garcia de Orta, Portugal
  • Vítor Proença Assistente Hospitalar do Serviço de ORL do Hospital Garcia de Orta
  • Luís Antunes Director do Serviço de ORL do Hospital Garcia de Orta

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.6

Palavras-chave:

otossífilis, sífilis, hipoacusia neurosensorial, paralisia facial periférica, neurossífilis

Resumo

A incidência de sífilis adquirida tem aumentado nos últimos anos. A otossífilis pode surgir em qualquer fase da infecção por Treponema pallidum e manifesta-se habitualmente por hipoacusia, acufenos, vertigem e desequilíbrio. O diagnóstico resulta da combinação das manifestações clínicas, com a evidência serológica de sífilis e a exclusão de outras causas de hipoacusia neurosensorial. Apresenta-se o caso clínico de um doente do sexo masculino, de 27 anos, com hipoacusia e acufenos bilaterais, progressivos, com 3 meses de evolução, a que se associou paralisia facial periférica esquerda com 3 dias de evolução. Após investigação etiológica confirmou-se sífilis (RPR = 64 dil. e TPHA = 1/1280) e excluíram-se outras causas, diagnosticando-se otossífilis com paralisia facial periférica. O doente foi medicado com penicilina G e prednisolona, ambas por via endovenosa, com remissão da sintomatologia. A sífilis continua a ser uma doença prevalente. Perante um doente com manifestações cocleovestibulares inexplicáveis deve ser averiguada a hipótese diagnóstica de otossífilis.

Referências

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Como Citar

Tavares, S., Rodrigues, H., Silva, I., André, C., Proença, V., & Antunes, L. (2013). Otossífilis: Um diagnóstico raro em Otorrinolaringologia. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 51(1), 35–38. https://doi.org/10.34631/sporl.6

Edição

Secção

Caso Clínico