Fenda laríngea - Um desafio de diagnóstico e tratamento

Autores

  • Ana Brett Interna de Formação Específica em Pediatria Médica do Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Teresa Dionísio Assistente Hospitalar do Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Leonor Carvalho Assistente Hospitalar Graduada de Pediatria, Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Miguel Félix Assistente Hospitalar Graduado de Pediatria, Serviço de Pediatria Médica, Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Felisberto Maricato Assistente Hospitalar Graduado de Otorrinolaringologia, Serviço de Otorrinolaringologia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Guri Sandhu Consultant Otolaryngologist and Head & Neck Surgeon, Department of Paediatric Respiratory Medicine, Royal Brompton & Harefield NHS Foundation Trust, London, United Kingdom
  • Farela Neves Chefe de Serviço do Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.11

Palavras-chave:

fenda laríngea, atrésia esofágica, microlaringoscopia sob anestesia, tratamento endoscópico

Resumo

A fenda laríngea é uma patologia rara, subdiagnosticada, de gravidade variável mas potencialmente fatal. Descreve-se o caso clínico de um lactente submetido no primeiro dia de vida a correção cirúrgica de atrésia do esófago de hiato longo com fístula traqueoesofágica. Iniciou alimentação enteral por boca aos 26 dias de vida, apresentando seis dias mais tarde, durante a alimentação, episódio de dessaturação e bradicardia extrema com necessidade de reanimação. Por episódios frequentes de respiração ruidosa, tipo ronco, associadas ao choro, realizou laringo-broncofibroscopia que demonstrou alteração da anatomia da laringe. Posteriormente a microlaringoscopia sob anestesia confirmou uma fenda laringo-esofágica com extensão para além da cartilagem cricóide (tipo III). Foi submetido aos 3 meses de vida a traqueostomia e correcção de fenda laríngea por via endoscópica, com boa evolução clínica. Nestas situações, é fundamental um elevado índice de suspeição, pois um diagnóstico precoce possibilita uma melhor sobrevida.

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Como Citar

Brett, A., Dionísio, T., Carvalho, L., Félix, M., Maricato, F., Sandhu, G., & Neves, F. (2013). Fenda laríngea - Um desafio de diagnóstico e tratamento. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 51(1), 57–60. https://doi.org/10.34631/sporl.11

Edição

Secção

Caso Clínico