Avaliação do status imunoalergológico de crianças submetidas a adenoamigdalectomia e/ou colocação de tubos de ventilação transtimpânicos

Autores

  • Natércia Silvestre Médico Interno do Serviço de Otorrinolaringologia (ORL) dos Hospitais da Universidade de Coimbra EPE (HUC), Portugal
  • Graça Loureiro Assistente Hospitalar do Serviço de Imunoalergologia dos HUC, Portugal
  • Clara Silva Médico Interno do Serviço de Otorrinolaringologia (ORL) dos Hospitais da Universidade de Coimbra EPE (HUC), Portugal
  • Ana Margarida Amorim Assistente Hospitalar do Serviço de ORL dos HUC, Portugal
  • Sofia Paiva Assistente Hospitalar do Serviço de ORL dos HUC, Portugal
  • António Paiva Director de Serviço do Serviço de ORL dos HUC, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.113

Palavras-chave:

sensibilização, alergia, imunologia, infecção, adenoidite

Resumo

Objectivos: Avaliar o status imunoalergológico de crianças propostas para adenoamigdalectomia por infecções de repetição e/ou hipertrofia obstrutiva das vias aéreas superiores. Avaliar a relação entre o status alergológico e a indicação para colocação de tubos de ventilação transtimpânicos (TVTT) por otite média com efusão (OME).

Material e métodos: Avaliação pré-cirúrgica do status imunoalergológico de 90 crianças, através da realização de testes cutâneos de alergias e doseamento de imunoglobulinas (Igs) séricas. Foram avaliadas separadamente as crianças com infecções de repetição (grupo A) e aquelas com hipertrofia adenoamigdalina, sem história de infecções (grupo B).

Resultados: Foi encontrado um défice selectivo da IgA numa criança. O valor de IgA sérico foi significativamente mais baixo nas crianças do grupo B. 38,9% das crianças estavam sensibilizadas a pelo menos um aeroalergénio. Não foi encontrada diferença estatística quanto à prevalência de sensibilização entre as crianças com e sem OME.

Conclusão: As crianças com hipertrofia obstrutiva têm IgA sérica mais baixa que aquelas com infecções de repetição. O défice de Igs é raro e não justifica o seu despiste por rotina. Não parece existir qualquer correlação entre alergia e OME.

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Como Citar

Silvestre, N., Loureiro, G., Silva, C., Amorim, A. M., Paiva, S., & Paiva, A. (2012). Avaliação do status imunoalergológico de crianças submetidas a adenoamigdalectomia e/ou colocação de tubos de ventilação transtimpânicos. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 50(3), 205–210. https://doi.org/10.34631/sporl.113

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Artigo Original