Atrésia das coanas - A prática no Centro Hospitalar de Coimbra

Autores

  • José Santos Oliveira Interno do Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Coimbra, Portugal
  • Conceição Peixoto Interno do Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Coimbra, Portugal
  • Susana Andrade Interno do Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Coimbra, Portugal
  • Raquel Ferreira Interno do Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Coimbra, Portugal
  • Felisberto Maricato Assistente Graduado do Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Coimbra, Portugal
  • Jorge Quadros Assistente Graduado do Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Coimbra, Portugal
  • Carlos Ribeiro Director do Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Coimbra, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.117

Palavras-chave:

Atrésia, coana

Resumo

Introdução: A atrésia das coanas (AC) é uma obstrução congénita dos orifícios nasais posteriores, rara. O objectivo deste trabalho é realizar um estudo retrospectivo dos doentes orientados no HP-CHC (Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar de Coimbra), para caracterizar o grupo de crianças tratadas, avaliar os resultados comparando-os com a literatura, bem como analisar possíveis factores preditivos de insucesso.

Material e métodos: Estudo retrospectivo de nove crianças intervencionadas entre Agosto de 2005 e Agosto de 2010.

Resultados: Em termos epidemiológicos, cinco doentes são do sexo feminino e quatro do sexo masculino. Encontramos cinco casos de bilateralidade e quatro de unilateralidade, sendo todos à direita. Relativamente ao tipo de obstrução, sete casos eram do tipo misto e dois do tipo ósseo. Verificamos uma associação a Síndrome de Charge e outra a Síndrome de Treacher-Collins. A idade à data da intervenção cirúrgica variou entre 6-28 dias na bilateralidade e entre 4-8 anos na unilateralidade. A técnica cirúrgica usada foi a transnasal, com o emprego de “stent” de silastic e aplicação de mitomicina C. O seguimento foi realizado de forma quinzenal, com espaçamento progressivo. Constatámos três recidivas, com necessidade de intervenção cirúrgica.

Conclusões: Trata-se de uma patologia rara, tendo os nossos resultados epidemiológicos e interventivos, semelhanças com a restante literatura. O nosso estudo aponta a idade precoce à altura da intervenção como um factor preditivo de restenose.

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Como Citar

Oliveira, J. S., Peixoto, C., Andrade, S., Ferreira, R., Maricato, F., Quadros, J., & Ribeiro, C. (2012). Atrésia das coanas - A prática no Centro Hospitalar de Coimbra. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 50(3), 229–233. https://doi.org/10.34631/sporl.117

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Artigo de Revisão