Sinusite fúngica invasiva crónica: a propósito de um caso clínico

Autores

  • Sandra Sousa e Castro Interna do Internato Complementar de ORL do Centro Hospitalar do Porto
  • José Gameiro dos Santos Assistente Hospitalar do Serviço de ORL do Centro Hospitalar do Porto
  • José Abrunhosa Assistente Hospitalar do Serviço de ORL do Centro Hospitalar do Porto
  • Isabel Ribeiro Assistente Hospitalar do Serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar do Porto
  • Cecília Almeida e Sousa Directora do serviço de ORL do Centro Hospitalar do Porto

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.252

Palavras-chave:

Sinusites fúngicas, sinusite fúngica invasiva crónica, Aspergillus fumigatus

Resumo

A sinusite  é uma patologia comum  que  afecta  aproximadamente 20 % da população. Existe controvérsia acerca da possibilidade da existência de fungos na mucosa sinusal, sem causar doença. A sinusite fúngica ainda é considerada uma patologia rara, apesar do aumento da incidência nas duas últimas décadas. Contudo, desconhece-se a prevalência exacta desta patologia.

Segundo a classificação mais recente, a sinusite fúngica é dividida nas formas não-invasiva e invasiva. A sinusite fúngica não-invasiva é subdividida em bola fúngica e sinusite fúngica alérgica. A forma invasiva está categorizada nas formas sinusite fúngica fulminante aguda, sinusite fúngica invasiva crónica e sinusite fúngica invasiva granulomatosa. O desenvolvimento das diferentes formas depende do estado imunológico do doente, sendo que as formas invasivas ocorrem geralmente em doentes imunocomprometidos.

Os autores relatam o caso de uma doente de 62 anos de idade, imunocompetente, com queixas de cefaleias e amaurose. O estudo imagiológico revelou ocupação do seio esfenoidal com erosão óssea adjacente. Foi submetida a intervenção cirúrgica onde se constatou ocupação do seio esfenoidal por material amarelo-esverdeado. O estudo microbiológico desse material revelou a presença de Aspergillus fumigatus. Foi medicada com variconazol, com resolução completa das queixas em uma semana. Dez meses após a cirurgia, a doente permanece assintomática.

 

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Como Citar

Sousa e Castro, S., dos Santos, J. G., Abrunhosa, J., Ribeiro, I., & Almeida e Sousa, C. (2009). Sinusite fúngica invasiva crónica: a propósito de um caso clínico. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 47(3), 219–222. https://doi.org/10.34631/sporl.252

Edição

Secção

Caso Clínico