Complicações de miringotomias com colocação de tubos de ventilação transtimpânicos em crianças

Autores

  • Ana Margarida Machado Interno de otorrinolaringologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)
  • Catarina Areias Interno de otorrinolaringologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)
  • João Fonseca Neves Interno de otorrinolaringologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)
  • Nuno Silva Interno de otorrinolaringologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)
  • João Filipe Simões Interno de otorrinolaringologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)
  • Pedro Tomé Assistente hospitalar graduado de otorrinolaringologia do CHUC
  • Luís Silva Diretor de serviço de otorrinolaringologia do CHUC

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.379

Palavras-chave:

miringotomia, tubos de timpanostomia, criança, complicações

Resumo

Introdução: Apesar da simplicidade técnica da inserção de tubos de timpanostomia, como procedimento cirúrgico que é, não está isento de riscos. As sequelas pós-operatórias mais frequentes incluem a presença de otorreia, obstrução do lúmen do tubo, formação de tecido de granulação, extrusão prematura, migração do tubo para a caixa do tímpano, miringosclerose, atrofia ou bolsa de retração no local da miringotomia ou perfuração timpânica após saída do tubo.

Material e métodos: Amostra: crianças submetidas a miringotomia no Hospital Pediátrico do CHUC em 2013. Destas crianças foram recolhidas as seguintes informações: idade, género, indicação para miringotomia, complicações pósoperatórias documentadas e tempo de follow-up.

Resultados: Foram submetidas a miringotomia 169 crianças. A otite média com efusão foi responsável pela proposta cirúrgica em 97,6% dos casos. Colocaram-se 215 tubos de ventilação e as complicações mais frequentes foram: otorreia transitória (12,6%), recorrência de otite média efusiva após saída dos tubos (11,2%), obstrução do lúmen do tubo (4,7%), perfuração timpânica após expulsão do tubo (2,3%), episódios de otorreia recorrente (1,9%), diagnóstico posterior de colesteatoma (1,4%) e otite médias agudas de repetição após saída dos tubos (0,4%).

Conclusões: As taxas de complicações encontradas foram semelhantes a estudos de maior dimensão, com exceção da existência de colesteatoma após extrusão do tubo (maior que o expectável).

Referências

- van Dongen TM, van der Heijden GJ, Venekamp RP, Rovers MM et al..

A trial of treatment for acute otorrhea in children with tympanostomy

tubes. N Engl J Med. 2014 Feb20;370(8):723-33.

- Pereira MB, Pereira DR, Costa SS. Tympanostomy tube sequelae in

children with otitis media with effusion: a three-year follow-up study.

Braz J Otorhinolaryngol. 2005 JulAug;71(4):415-20.

- Rosenfeld RM, Schwartz SR, Pynnonen MA, et al.. Clinical practise

guideline: tympanostomy tubes in children. Otolaryngol Head Neck

Surg. 2013 Jul;149(1S):S1-35.

- Yaman H, Yilmaz S, Alkan N, Subasi B et al. Shepard grommet

tympanostomy tube complications in children with chronic otitis media

with effusion. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2010 Aug;267(8):1221-4.

- Kay DJ, Nelson M, Rosenfeld RM. Meta-analysis of tympanostomy

tube sequelae. Otolaryngol Head Neck Surg. 2001 Apr; 124(4):374-80.

- Weigel MT, Parker MY, Goldsmith MM, Postma DS, et al.. A

prospective randomized study of our commonly used tympanostomy

tubes. Laryngoscope. 1989 Mar;99(3):252-6.

- Gibb AG, Mackenzie IJ. The extrusion rate of grommets. Otolaryngol

Head Neck Surg. 1985 Dec;93(6):695-9.

- Iwaki E, Saito T, Tsuda G, Sugimoto C, et al.. Timing for removal

of tympanic ventilation tube in children. Auris Nasus Larynx. 1998

Dec;25(4):361–368.

- Hellstrom S, Groth A, Jorgensen F, Pettersson A, et al.. Ventilation

tube treatment: a systematic review of the literature. Otolaryngol Head

Neck Surg. 2011 Sep;145(3):383-95.

- Mohamed SH, Khan I, Hussain SS. Is cartilage tympanoplasty

more effective than fascia tympanoplasty? A systematic review. Otol

Neurotol. 2012;33(5):699-705.

- Yaman H, Yilmaz S, Guclu E, Subasi B, et al. Otitis media with

effusion: recurrence after tympanostomy tube extrusion. Int J Pediatr

Otorhinolaryngol. 2010 Mar;74(2):271-4.

- Song CM, Park MH, Kim YH, Lee JH. Factors affecting the extrusion

rate of ventilation tubes. Clin Exp Otorhinolaryngol. 2010 Jun;3(2):70-5.

Downloads

Publicado

19-10-2018

Como Citar

Machado, A. M., Areias, C., Fonseca Neves, J., Silva, N., Simões, J. F., Tomé, P., & Silva, L. (2018). Complicações de miringotomias com colocação de tubos de ventilação transtimpânicos em crianças. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 56(1), 27–30. https://doi.org/10.34631/sporl.379

Edição

Secção

Artigo de Revisão