Turbinectomia parcial inferior versus radiofrequência de cornetos inferiores - 6 anos de estudo prospetivo

Autores

  • Diogo Abreu Pereira Hospital Pedro Hispano
  • Ditza Vilhena Hospital Pedro Hispano
  • Luís Guedes ULS Matosinhos
  • Abílio Leonardo Hospital Pedro Hispano
  • Delfim Duarte Hospital Pedro Hispano
  • Gustavo Lopes Hospital Pedro Hispano

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.770

Palavras-chave:

Hipertrofia de cornetos inferiores, Radiofrequência de cornetos inferiores, Turbinectomia parcial inferior

Resumo

Objetivos: Comparar a eficácia da radiofrequência de cornetos inferiores (RFCI) vs turbinectomia parcial inferior (TPI) na diminuição da intensidade de sintomas nasais ao longo de 6 anos de pós-operatório.
Desenho do Estudo: Estudo prospetivo observacional de doentes consecutivos, submetidos a septoplastia com TPI ou RFCI entre novembro de 2011 e fevereiro de 2012, durante os 6 anos de pós-operatório.

Material e Métodos: Questionários foram distribuídos no período pré-operatório, um mês, um ano e seis anos após a cirurgia. A intensidade de nove sintomas nasais (obstrução nasal, rinorreia anterior, rinorreia posterior, hiposmia, esternutos, prurido nasal, pressão facial, cefaleia e roncopatia) foi avaliada usando a escala visual analógica (VAS). O processamento estatístico foi elaborado recorrendo ao SPSS v25, onde foram efetuados os testes de Wilcoxon, Mann-Whitney, Chi-quadrado e T Student. O nível de significância estatística foi atribuído para p<0,05.

Resultados: Completaram o seguimento no estudo 57 doentes, 26 no subgrupo septoplastia com RFCI, e 31 no subgrupo septoplastia com TPI. Verificou-se uma diminuição da intensidade dos sintomas nasais em ambos os subgrupos no período pós operatório, sendo esta redução superior (p < 0,05) no subgrupo septoplastia com TPI comparativamente ao subgrupo septoplastia com RFCI no sintoma esternutos na avaliação pós-operatória (um mês), nos sintomas obstrução nasal, rinorreia anterior, rinorreia posterior,
esternutos, cefaleia e roncopatia na avaliação pós operatória (um ano), e superior nos sintomas rinorreia anterior, hiposmia, prurido nasal e roncopatia na avaliação pós operatória (6 anos).


Conclusões: Ambas as técnicas cirúrgicas demonstraram ser eficazes na redução de sintomas nasais. Na análise comparativa entre as técnicas, a turbinectomia parcial inferior apresenta resultados clínicos superiores em todos os períodos de reavaliação pós-operatória considerados.

Referências

– Akerlund A, Millqvist E, Oberg D, Bende M. Prevalence of upper and lower airway symptoms: the Skovde population-based study. Acta Otolaryngol. 2006 May;126(5):483-8. doi: 10.1080/00016480500416835

– Garzaro M, Landolfo V, Pezzoli M, et al. Radiofrequency volume turbinate reduction versus partial turbinectomy; Clinical and histological features. Am J Rhinol Allergy. 2012 Jul-Aug;26(4):321-5. doi: 10.2500/ajra.2012.26.3788.

- Kumar R, Rajashekar M. Comparative Study of Improvement of Nasal Symptoms Following Septoplasty with Partial Inferior Turbinectomy Versus Septoplasty Alone in Adults by NOSE Scale: A prospective Study. Indian J Otolaryngol Head Neck Surg. 2016 Sep;68(3):275-84. doi: 10.1007/s12070-015-0928-2.

– Passali D, Lauriello M, Anselmi M, Belussi L. Treatment of hypertrophy of the inferior turbinate: long-term results in 382 patients randomly assigned to therapy. Ann Otol Rhinol Laryngol. 1999 Jun;108(6):569-75. Doi: 10.1177/000348949910800608.

– Zagolski O. Factors affecting outcome of inferior turbinectomy mucotomy in treatment of postnasal drip syndrome. Am J Rhinol Allergy. 2010 Nov-Dec;24(6):459-63. doi: 10.2500/ajra.2010.24.3524.

- Nease C, Krempl G. Radiofrequency treatment of turbinate hypertrophy: a randomized, blinded, placebo-controlled clinical trial. Otolaryngol Head Neck Surg. 2004 Mar;130(3):291-9. doi: 10.1016/j.otohns.2003.11.003.

- Bandos R, Mello V, Ferreira M, Rossato M, et al. Clinical and ultrastructural study after partial inferior turbinectomy. Braz J Otorhinolaryngol. 2006 Sep-Oct;72(5):609-16. doi: 10.1016/s1808-8694(15)31016-8.

- Pittore B, Safi W, Jarvis S. Concha bullosa of the inferior turbinate: an unusual cause of nasal obstruction. Acta Otorhinolaryngol Ital. 2011 Feb;31(1):47-9

- Salzano F, Mora R, Dellepiane M, et al. Radiofrequency, High-frequency, and electrocautery treatments vs partial inferior turbinectomy. Microscopic and macroscopic effects on nasal mucosa. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2009 Aug;135(8):752-8. doi: 10.1001/archoto.2009.87.

- Naveen D, Timothy L. Outcomes of surgery for inferior turbinate hypertrophy. Curr Opin Otolaryngol Head Neck Surg. 2010 Feb;18(1):49-53. doi: 10.1097/MOO.0b013e328334d974.

- Hol M, Huizing E. Treatment of inferior turbinate pathology: a review and critical evaluation of different techniques. Rhinology. 2000 Dec;38(4):157-66.

- Barbosa A, Caldas N, Morais A, Campos A, et al. Assessment of pre and postoperative symptomatology in patients undergoing inferior turbinectomy. Braz J Otorhinolaryngol. 2005 Jul-Aug;71(4):468-71. doi: 10.1016/s1808-8694(15)31201-5

- Altin F, Haci C, Alimoglu Y, Yilmaz S. Is septoplasty effective rhinogenic headache in patients with isolated contact point between inferior turbinate and septal spur? Am J Otolaryngol. 2019 May - Jun;40(3):364-367. doi: 10.1016/j.amjoto.2019.02.002.

- Scarupa MD, Economides A, White MV, Kaliner MA. Rhinitis and rhinologic headaches. Allergy Asthma Proc. 2004 Mar-Apr;25(2):101-5.

- Akdag M, Dasdag S, Ozkurt F, Celik M, et al. Long-term effect of radiofrequency turbinoplasty in nasal obstruction. Biotechnol Biotechnol Equip. 2014 Mar 4;28(2):285-294 doi: 10.1080/13102818.2014.909083.

- Courtiss E, Goldwin R. The effects of nasal surgery on airflow. Plast Reconstr Surg. 1983 Jul;72(1):9-21 doi: 10.1097/00006534-198307000-00003.

Downloads

Publicado

10-03-2020

Como Citar

Abreu Pereira, D., Vilhena, D., Guedes, L., Leonardo, A., Duarte, D., & Lopes, G. (2020). Turbinectomia parcial inferior versus radiofrequência de cornetos inferiores - 6 anos de estudo prospetivo. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 57(2), 51–56. https://doi.org/10.34631/sporl.770

Edição

Secção

Artigo Original