Glossectomia total na era de preservação de órgão - Resultados funcionais e sobrevida

Autores

  • Susana Pereira Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Portugal,
  • Rui Fino Serviço de Otorrinolaringologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, Portugal
  • Pedro Montalvão Serviço de Otorrinolaringologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, Portugal
  • Marta Mariano Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Portugal
  • Marta Melo Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, Portugal
  • Luís Castelhano Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Portugal
  • Miguel Magalhães Serviço de Otorrinolaringologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.953

Palavras-chave:

cirurgia da cabeça e pescoço, tumor da língua oral, tumor da base da língua, glossectomia total, reconstrução com retalho

Resumo

Objetivos: Avaliação de doentes submetidos a glossectomia total (GT).

Material e Métodos: Estudo retrospetivo que incluiu os doentes submetidos a GT entre 2009 e 2018 no serviço de Otorrinolaringologia do IPOLFG.

Resultados: Foram incluídos 27 doentes. A vasta maioria dos doentes (78%) apresentava tumor em estadio avançado (IV). A GT foi realizada como tratamento de resgate em 56% dos casos. A reconstrução foi maioritariamente realizada recorrendo a retalho de grande peitoral (59%). 93% dos doentes foram laringectomizados. 30% dos doentes alcançaram função da deglutição adequada. No período de follow-up médio de 21 meses, 14 (52%) doentes recidivaram. As taxas de sobrevida a 1 e 5 anos foram de 52% e 22%.

Conclusões: A GT foi maioritariamente realizada em casos de recidiva de doença após protocolo de preservação de órgão. Tem um impacto na qualidade de vida ao afetar quer a deglutição quer a fala. São doentes com recidiva locoregional elevada e com taxa de sobrevida baixa, mas é uma opção importante quando as alternativas terapêuticas são limitadas.

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Publicado

17-12-2021

Como Citar

Pereira, S., Fino, R., Montalvão, P., Mariano, M., Melo, M., Castelhano, L. ., & Magalhães, M. . (2021). Glossectomia total na era de preservação de órgão - Resultados funcionais e sobrevida. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 59(4), 341–346. https://doi.org/10.34631/sporl.953

Edição

Secção

Artigo Original