Tumores benignos nasossinusais: Estudo retrospectivo

Autores

  • Ana Castro Sousa Interna Formação Específica em Otorrinolaringologia no Centro Hospitalar do Alto Ave
  • Vânia Henriques Interna Formação Específica em Otorrinolaringologia no Centro Hospitalar do Alto Ave
  • Roberto Estevão Interno Formação Específica em Otorrinolaringologia no Centro Hospitalar do Alto Ave
  • Jorge Rodrigues Interno Formação Específica em Otorrinolaringologia no Centro Hospitalar do Alto Ave
  • Alexandra Gomes Interna Formação Específica em Otorrinolaringologia no Centro Hospitalar do Alto Ave
  • Sergio Caselhos Assistente de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar do Alto Ave
  • Rui Fonseca Assistente Graduado de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar do Alto Ave
  • Fausto Fernandes Director de Serviço de ORL do Centro Hospitalar do Alto Ave

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.392

Palavras-chave:

tumores nasossinusais, cirurgia endoscópica nasossinusal, papiloma, osteoma, hemangioma, displasia fibrosa

Resumo

Introdução: Os Tumores Benignos Nasossinusais (TBN) são raros e usualmente assintomáticos. Englobam um grupo histopatológico heterógeneo de neoplasias que podem ser classificadas do seguinte modo: fibro-ósseas, neurogénicas, vasculares, epiteliais e odontogénicas. A Tomografia computadorizada (TC) e a Ressonância Magnética (RM) são fundamentais na avaliação da localização e extensão da lesão, diagnóstico diferencial e planeamento cirúrgico. O tratamento cirúrgico está indicado nos casos sintomáticos, se ocorrerem complicações ou se houver suspeita/potencial de malignidade. As técnicas endonasais minimamente invasivas têm vindo a substituir as abordagens externas clássicas (transfacial ou craniofacial).

Objectivo: Avaliar a experiência do serviço de Otorrinolaringologia (ORL) do Centro Hospitalar do Alto Ave (CHAA) no que respeita aos TBN submetidos a tratamento cirúrgico. Material e Métodos: Estudo retrospectivo (período: últimos 10 anos)

Resultados: Foram avaliados um total de 32 doentes. O tumor mais frequente foi o papiloma nasossinusal (PN) (56%), seguido dos Osteomas (25%). A idade média de apresentação foi de 52 anos com predomínio do sexo masculino (60%). A obstrução nasal foi o sintoma de apresentação mais frequente. A abordagem cirúrgica por cirurgia endoscópica nasossinusal (CENS) foi a mais utilizada (87%). Verificou-se recidiva em 7 casos: 6 casos de Papiloma e 1 caso de Osteoma. São descritas e discutidas características de cada um dos TBN incluídos nesta série, e os resultados obtidos foram comparados com estudos semelhantes publicados na literatura.

Conclusão: O diagnóstico diferencial com tumores malignos é de extrema importância, dada a semelhança clínica e radiológica com os TBN. Os TBN, apesar de pouco frequentes na rotina do otorrinolaringologista, podem ser causa de morbilidade considerável. O tratamento cirúrgico será uma opção em casos particulares. A filosofia do tratamento deverá seguir um algoritmo balanceado entre a necessidade de ressecção e os efeitos adversos inerentes à remoção cirúrgica.

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tumores benignos nasossinusais, pág.2080;

Publicado

08-04-2016

Como Citar

Castro Sousa, A., Henriques, V., Estevão, R., Rodrigues, J., Gomes, A., Caselhos, S., Fonseca, R., & Fernandes, F. (2016). Tumores benignos nasossinusais: Estudo retrospectivo. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 54(1), 55–62. https://doi.org/10.34631/sporl.392

Edição

Secção

Artigo de Revisão