Prática baseada na evidência - O que sabemos depois de 1000 adultos disfónicos?

Autores

  • Paula Correia Terapeuta da fala do Serviço de ORL do Hospital Garcia de Orta, Mestre em Ciências da Fala e Doutoranda em Ciências da fala pela Universidade Católica Portuguesa, Coordenadora da Licenciatura em Terapia da fala da Escola Superior de Saúde Egas Moniz; Membro do Grupo Investigação em voz do Instituto Superior Ciências da Saúde da Universidade Católica portuguesa
  • Aldora Quintal Terapeuta da fala do Serviço de ORL do Hospital Garcia de Orta, Mestre em Psicologia do Desenvolvimento Sensorial e Cognitivo, docente da Escola Superior de Saúde Egas Moniz
  • Luís Antunes Diretor do Serviço de ORL do Hospital Garcia de Orta

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.73

Palavras-chave:

patologias vocais, fatores de risco, variáveis preditivas

Resumo

Objetivo: identificar as variáveis sócio-demográficas, de comportamento vocal, hábitos, antecedentes pessoais e sinais/ sintomas significativamente preditivas para as patologias vocais mais frequentes.

Material e métodos: estudo epidemiológico de 1000 adultos disfónicos, de qualquer grau e etiologia, selecionados de forma aleatória, através de consulta do processo clínico, avaliação percetiva-auditiva, Voice Handicap Index (VHI), inventário clínico de autoconceito e escala de auto avaliação dos acontecimentos significativos da vida (SRRS). Considerou-se como critério de inclusão, para além da disfonia, terem idade superior a 18 anos. Foram retirados os dados de caracterização sócio-demográfica, antecedentes pessoais, comportamentos vocais, hábitos e sinais/ sintomas perfazendo um total de cinco fatores e quarenta e sete variáveis em análise. Para efeitos de referencial preditivo foi criado um grupo de 50 adultos sem antecedentes de disfonia recolhidos entre amigos e familiares destes.

Resultados: Todas as patologias vocais apresentam o contributo altamente significativo (p=0,00) de fatores de várias áreas. Os fatores comportamento vocal e hábitos contribuem significativamente (p=0,00) tanto para a patologia benigna como para a patologia maligna das pregas vocais.

Conclusão: Existe evidência para a necessidade de prestar orientações quer de prevenção primária quer de prevenção secundária mais abrangentes relativamente ao que concerne aos comportamentos de risco.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Behlau M, Pontes P. Avaliação e tratamento das disfonias. São Paulo, Editora Lovise; 1995.

Guimarães I. A Ciência e a Arte da Voz Humana. Alcoitão, Escola Superior de Saúde de Alcoitão; 2007

Hirano M. Clinical examination of voice. New York, Springer Verlag;1981.

Jacobson B, Johnson A, Grywalski C, Silbergleit A, Jacobson G, Benniger M & Newman C. The Voice Handicap Index (VHI): development and validation. Am J Speech-Lang Pathol. 1997, 6: 66-70.

Vaz Serra A. A importância do auto-conceito. Psiquiatria Clínica. 1986, 7 (2): 57-66.

Holmes T, Rahe R. The social readjustment rating scale. J Psychosc Res. 1967, 11: 213-218.

Greene M, Mathieson L. The voice & its disorders. 3rd Ed. London, Whurr Publishers,Ltd; 2003.

Zeitels S, Casiano R, Gardner G, Hogikyan N, Koufman J, Rosen C. Management of common voice problems: Committee report. Otolaryngol Head Neck Surg. 2002, 126(4): 333-348.

Sartor S, Eluf-Neto J,Travier N, Filho V,Arcuri A, Kowalski L, Boffetta P. Riscos ocupacionais para o câncer de laringe: um estudo caso-controle. Cadernos Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(6):1473-1481: jun, 2007.

Khavasi P. Aetiopathological study of hoarseness of voice. Thesis of Rajiv Gandhi university of Health Sciences. Bangalore, Karnataka: 2005.

Eckley C, Swensson J, Duprat A, Donati F, Costa H. Incidência de alterações estruturais das pregas vocais associadas ao pólipo de prega vocal. Revista Brasileira Otorrinolaringologia. 2008;74(4): 508-511.

Freeman M, Fawcus M. Voice disorders and their management. London: Whurr Publishers; 2000.

Banjara H, Mungutwar V, Singh D, Gupta A. Hoarseness of Voice: A Retrospective Study of 251 Cases. Int J Phonosurg Laryngol, 2011;1(1):21-27.

Ruotsalainen J,Sellman J, Lehto L, Verbeek J. Systematic review of the treatment of functional dysphonia and prevention of voice disorders. Otolaryngo Head Neck Surg (2008) 138, 557-565.

Johns M. Update on the etiology, diagnosis and treatment of vocal fold nodules and cysts. Curr Opin Otolaryngol Head Neck Surg. 2003; 11:456-461.

Pastuszek P, Kre T˛ Zalesska- Kre M˛ Jelen M, Rak J, Krajewska B. Histological and Electron Microscopic Investigation of Reinke’s Edema. Polish J Pathol. 2003,;54(1): 61-64.

Thibeault S. Advances in our understanding of the Reinke space. Curr Op Otolaryngol Head Neck Surg. 2005; 13:148—151.

Gunter H. Modeling mechanical stresses as a factor in the etiology of benign vocal fold lesions. 2004 Jul;37(7):1119-1124.

Myssiorck D. Recurrent laryngeal nerve paralysis. Anatomy and etiology. Otolaryngol Clin North Ame. 2004 Feb.; 37 (1):25-44.

Kikura M, Suzuki K, Itagaki T, Takada T, Sato S. Age and comorbidity as risk factors for vocal cord paralysis associated with tracheal intubation. Br J Anaesth. 2007; 98 (4): 524–30.

Moore P, Kim D, Selby, Proops D. Detection of laryngeal carcinoma and epithelial hyperplastic laryngeal lesions via a rapid access dysphonia clinic. J Laryngol Otol 2004;118: 633-636.

Doyle. Foundation of voice and speech rehabilitation following laryngeal cancer. San Diego, Singular; 1994.

Vecchia C, Zhang Z, Altieri A. Alcohol and laryngeal cancer: an update. Eur J Cancer Prevent 2008, 17:116–124.

Downloads

Como Citar

Correia, P., Quintal, A., & Antunes, L. (2012). Prática baseada na evidência - O que sabemos depois de 1000 adultos disfónicos?. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 50(4), 311–318. https://doi.org/10.34631/sporl.73

Edição

Secção

Artigo Original