Radiofrequência de cornetos. A nossa experiência.
DOI:
https://doi.org/10.34631/sporl.194Palavras-chave:
Radiofrequência, hipertrofia de cornetos, rinomanometriaResumo
Introdução: A hipertrofia de cornetos inferiores representa uma das causas mais comuns de obstrução nasal. A radiofrequência é uma técnica relativamente nova para redução de tecido, apresentando vantagens com relação a outras alternativas.
Objectivos: Avaliar a eficácia e as complicações da radiofrequência em pacientes diagnosticados de hipertrofia de cornetos inferiores.
Material e Métodos: Apresentamos um estudo retrospectivo de
40 pacientes com idades compreendidas entre os 14 e 60 anos,
com obstrução nasal devida a hipertrofia de cornetos inferiores,
refractaria a tratamento médico. Os pacientes foram tratados com
radiofrequência, com anestesia local. Realizou-se um estudo do
fluxo aéreo mediante rinomanometria anterior activa, prévio e
posterior ao tratamento (aos 3 e 6 meses). Comparámos a melhoria subjectiva e objectiva em todos os pacientes e analisámos o índice de complicações maiores e menores.
Resultados: O índice de complicações na nossa série é reduzido, não existindo complicações graves e registando-se menos de um 5% de complicações menores (formação de crostas ou necrose do tecido). A rinomanometria é uma técnica que nos permite demonstrar de forma objectiva a melhoria, ou não, que os pacientes manifestam de forma subjectiva. Obtivemos 80% de melhoria do fluxo aéreo aos 3 meses, diminuindo este valor num 10% aos 6 meses.
Conclusão: A radiofrequência de cornetos inferiores é uma técnica
efectiva que representa algumas vantagens com respeito a outras técnicas: não necessita tamponamento nasal, não altera a mucosa
nem, consequentemente, o transporte muco ciliar. Apresenta escasso número de complicações e a sua realização não resulta complicada.
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