Prevalência da congestão nasal em meio laboral hospitalar

Autores

  • B. Ferreira Gomez IDT, I.P. Delegação Regional do Centro – Unidade de Alcoologia de Coimbra
  • S. Massano Cardoso Instituto de Higiene e Medicina Social da Faculdade de Medicina, Coimbra
  • A. Arrobas Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de Coimbra, E.P.E.
  • J. Gonçalves Dias SSST do Centro Hospitalar de Coimbra, E.P.E.

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.222

Palavras-chave:

prevalência, congestão, nasal, hospitalar, Coimbra

Resumo

A congestão nasal é um sintoma extremamente comum que acompanha frequentemente os processos infecciosos virusais e a rinite alérgica, interferindo na qualidade de vida e na actividade profissional do doente, podendo levar a uma retracção significativa da interacção psicossocial. Apesar de escassos dados epidemiológicos do ponto de vista investigacional, o presente estudo pretendeu avaliar a prevalência da congestão nasal numa população de trabalhadores de três estabelecimentos hospitalares, Centro Hospitalar de Coimbra, E.P.E., Hospital Sobral Cid e IDT, I.P. Delegação Regional do Centro.

Metodologia: O estudo foi realizado durante os meses de Março, Abril e Maio de 2008. Foi utilizado um questionário para identificação de oito sintomas ocorridos nas duas últimas semanas e os sintomas ocorridos na última semana. O índice de congestão nasal foi calculado através da transformação das primeiras sete perguntas do questionário. Dos procedimentos estatísticos usados, destacam-se a estatística descritiva, Anova e análise da correspondência factorial; o nível de significância estatístico foi de p ≤ 0,05.

Resultados e conclusões: Dos questionários aplicados responderam 912 trabalhadores. Para as sete perguntas que definem o índice de congestão nasal, obteve-se um coeficiente de fiabilidade α de 0.873 e uma adequabilidade KMO de 0.892.

Após a transformação efectuada, foi elaborada uma reclassificação do índice de congestão nasal em quatro classes obtendo-se os seguintes resultados: 20,6% dos inquiridos não apresentou sintomatologia (classe A), 58,5% revelou sintomas ligeiros (classe B), 19% revelou congestão ligeira a moderada (classe C) e 2,2% referiu sintomatologia grave (classe D). O facto de 21,2% dos inquiridos referirem sintomatologia grave e moderada é sugestivo de que a prevalência da congestão nasal na população estudada é significativa.

Salienta-se a necessidade da precocidade do diagnóstico etiológico e tratamento deste sintoma tão frequente na prática clínica.

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Como Citar

Ferreira Gomez, B., Massano Cardoso, S., Arrobas, A., & Gonçalves Dias, J. (2010). Prevalência da congestão nasal em meio laboral hospitalar. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 48(3), 123–130. https://doi.org/10.34631/sporl.222

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Artigo Original