Melanoma nasossinusal: Um estudo retrospectivo

Autores

  • Ana Campos Interno de Formação Específica de Otorrinolaringologia, Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital CUF Infante Santo, Portugal
  • Gustavo Almeida Interno de Formação Específica de Otorrinolaringologia, Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Egas Moniz, Portugal
  • João Órfão Interno de Formação Específica de Otorrinolaringologia, Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, Portugal
  • Sara Custodio Interno de Formação Específica de Otorrinolaringologia, Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Egas Moniz, Portugal
  • Cristina Caroça Especialista em Otorrinolaringologia, Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital CUF Infante Santo, Portugal
  • Ricardo Pacheco Assistente Hospitalar Graduado de Otorrinolaringologia, Serviço de Otorrinolaringologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, Portugal
  • Pedro Montalvão Assistente Hospitalar Graduado Sénior de Otorrinolaringologia, Serviço de Otorrinolaringologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, Portugal
  • Miguel Magalhães Director de Serviço Hospitalar, Serviço de Otorrinolaringologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.861

Palavras-chave:

melanoma nasossinusal, clínica, tratamento, sobrevida

Resumo

Objetivo: Descrever o curso clínico, tratamento e prognóstico de doentes identificados com melanoma nasossinusal num hospital oncológico de referência. 

Desenho do Estudo: Estudo retrospectivo. 

Material e Métodos: Revisão dos processos clínicos dos doentes com diagnóstico histopatológico de melanoma nasossinusal (MNS) tratados entre 01.01.2005 e 31.12.2016 no serviço de otorrinolaringologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPOLFG). 

Resultados e Conclusões: Foram incluídos 19 doentes, 12 mulheres e 7 homens. A idade média foi de 73 anos e os sintomas iniciais mais frequentes foram a obstrução nasal e epistaxis. Ao diagnóstico, todos os doentes apresentavam lesão nas fossas nasais e 53% tinham lesões sinusais concomitantes, sendo o seio maxilar o mais frequentemente atingido (36%). A maioria dos doentes apresentava estadio T4a (53%) e foram tratados com cirurgia (83%). Dos 64% de doentes que apresentaram recidiva, 32% foram locais e 32% metastáticas, sendo os locais mais frequentes o pulmão e o fígado. A sobrevida mediana após a recidiva foi de 5 meses e a sobrevida mediana livre de doença foi de 24 meses. A sobrevida mediana global foi de 34 meses, sendo a taxa de sobrevida aos 3 anos de 47%. A taxa de sobrevida aos 3 anos diminuiu significativamente em estadios T mais avançados (P=0,01). 

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Publicado

07-03-2021

Como Citar

Campos, A., Almeida, G., Órfão, J. ., Custodio, S., Caroça, C., Pacheco, R., Montalvão, P., & Magalhães, M. (2021). Melanoma nasossinusal: Um estudo retrospectivo. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 59(1), 63–69. https://doi.org/10.34631/sporl.861

Edição

Secção

Artigo Original