Abcesso Periamigdalino: Comparação de estratégias terapêuticas

Autores

  • Pedro Valente Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho
  • Joana Silva Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho
  • Cristina Aguiar Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho
  • Mário Giesteira de Almeida Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho
  • Eugénia Castro Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho
  • Artur Condé Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.790

Palavras-chave:

Abcesso periamigdalino; infeção cervical profunda; antibioterapia; drenagem

Resumo

Objetivos: Descrever a apresentação clínica e dados analíticos/imagiológicos dos doentes com abcesso periamigdalino (AP), identificar possíveis fatores preditores de complicações e comparar diferentes estratégias de tratamento inicial no sucesso terapêutico.

Desenho do Estudo: Retrospetivo.

Material e Métodos: Revisão dos casos de AP, observados num Serviço de Urgência de ORL, entre 2012-2016.

Resultados: Registaram-se 254 casos, incluindo 42 casos pediátricos. A presença de febre, disfagia, sialorreia, dor e tumefação cervical e adenopatias palpáveis foram mais frequentes no grupo pediátrico. Neste período, 28 casos receberam tratamento médico exclusivo e 226 efetuaram drenagem cirúrgica; não existiram diferenças no tempo de internamento, complicações, falência do tratamento ou recorrência. O tratamento conservador efetuou-se predominantemente no grupo pediátrico e em abcessos com menores dimensões. O tabagismo e a dor cervical foram identificados como preditores de complicações.

Conclusões: O tratamento dos AP apresenta geralmente resultados favoráveis. O tratamento médico isolado deve ser considerado em pacientes pediátricos estáveis, com AP pequenos, sem impacto nos resultados. Os pacientes adultos, com abcessos maiores, podem beneficiar de tratamento cirúrgico inicial.

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Publicado

04-06-2020

Como Citar

Valente, P., Silva, J., Aguiar, C., Giesteira de Almeida, M., Castro, E., & Condé, A. (2020). Abcesso Periamigdalino: Comparação de estratégias terapêuticas. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 57(4), 139–144. https://doi.org/10.34631/sporl.790

Edição

Secção

Artigo Original