Otomastoidite por Histiocitose X: A propósito de um caso clínico

Autores

  • Luzbel Von-Haff Interna ORL, Centro Hospitalar de Setúbal, Portugal
  • João Figueira Assistente Hospitalar ORL, Centro Hospitalar de Setúbal, Portugal
  • Anabela Palma Assistente Hospitalar Graduada ORL, Centro Hospitalar de Setúbal, Portugal
  • Miguel Rito Assistente Hospitalar de Anatomia Patológica, IPO de Lisboa Francisco Gentil, Portugal
  • Lígia Ferreira Assistente Hospitalar Graduada ORL, IPO de Lisboa Francisco Gentil, Portugal
  • Cristóvão Ribeiro Assistente Hospitalar Graduado ORL, Centro Hospitalar de Setúbal, Portugal
  • Pedro Montalvão Assistente Hospitalar Graduado Sénior ORL, IPO de Lisboa Francisco Gentil, Portugal
  • João Roque Diretor de Serviço ORL, Centro Hospitalar de Setúbal, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.915

Palavras-chave:

Histiocitose de células de Langerhans, osso temporal, células de Langerhans

Resumo

A Histiocitose de células de Langerhans (HCL) ou Histiocitose X refere-se a um grupo de doenças que são caracterizadas pela proliferação clonal de histiócitos com características semelhantes as células de Langerhans, que afetam diferentes órgãos do corpo humano, incluindo o osso temporal. O presente trabalho descreve o caso clínico de um doente de 42 anos, internado para cirurgia por otomastoidite crónica agudizada à direita. A Tomografia Axial Computorizada (TAC) revelou lesões osteolíticas petromastoideias, deiscência do seio lateral e do canal semicircular externo e solução de continuidade do tégmen timpânico, mas sem infiltração das estruturas neurológicas. O diagnóstico da HCL do osso temporal foi confirmado com exames histopatológicos e imunohistoquímicos. Dependendo do tipo de lesão, existem diferentes modalidades terapêuticas para a HCL do osso temporal que incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia e até corticoterapia. Neste caso o doente foi submetido a mastoidectomia à direita, seguido de corticoterapia (dexametasona) e quimioterapia (vinblastina). Até a data atual, o doente não apresenta sinais de recidiva da doença. Contudo mantem-se em vigilância periódica para despiste de eventuais manifestações clínicas.

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Publicado

04-09-2021

Como Citar

Von-Haff, L., Figueira, J., Palma, A., Rito, M., Ferreira, L., Ribeiro, C., Montalvão, P., & Roque, J. (2021). Otomastoidite por Histiocitose X: A propósito de um caso clínico. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 59(3), 297–301. https://doi.org/10.34631/sporl.915

Edição

Secção

Caso Clínico