Paralisia das cordas vocais: 10 anos de experiência
DOI:
https://doi.org/10.34631/sporl.390Palavras-chave:
paralisia unilateral das cordas vocais, paralisia bilateral das cordas vocais, imobilidade laríngea, disfonia, dispneia, disfagia, laringoplastia de medialização, tiroplastia, injecção laringea, lateralizaçãoResumo
Introdução: A paralisia das cordas vocais é uma entidade fundamental e desafiante no seu diagnóstico e terapêutica. Este estudo visa avaliar a experiência de 10 anos do Serviço de ORL do CHVNG/E.
Material e Métodos: Pesquisaram-se intervenções cirúrgicas e doentes avaliados por nasofibrolaringoscopia com o diagnóstico “Paralisia das Cordas Vocais” entre 1 de Julho de 2004 e 30 de Junho de 2014. Avaliou-se a etiologia, abordagem diagnóstica e terapêutica e outcome.
Resultados: A etiologia mais frequente é a iatrogenia (66,4%), principalmente a cirurgia tiroideia (90,7%). A disfonia é o sintoma mais frequente (82,3%), podendo ainda ocorrer disfagia e dispneia. O diagnóstico é feito com uma história clínica cuidada e exames dirigidos. 74,3% dos doentes iniciaram terapia da fala, com boa resposta na paralisia unilateral. 8,5% apresentaram recuperação completa da mobilidade, 49,1% melhoria da função glótica. Os casos refractários necessitaram de cirurgia: na paralisia unilateral, injecção laríngea de medialização (34,8%); na paralisia bilateral, procedimento de lateralização temporário ou definitivo (65,9%), e traqueostomia (19,1%). 13,3% dos doentes necessitaram de pelo menos uma reintervenção para controlo sintomático.
Conclusão: A paralisia das cordas vocais não é uma doença em si, mas uma manifestação de uma patologia de base, pelo que a etiologia variável obriga a um estudo diagnóstico apurado. A abordagem terapêutica dirige-se ao alívio sintomático, seja através de técnicas conservadoras ou cirúrgicas, permitindo restabelecer parcial ou totalmente a função fonatória, respiratória e deglutição.
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