Incisão sublabial versus columelar no acesso trans-septal para cirurgia trans-esfenoidal microscópica da hipófise. Estudo retrospectivo.
DOI:
https://doi.org/10.34631/sporl.192Palavras-chave:
cirurgia trans-esfenoidal, cirurgia da hipófise, complicações da cirurgia da hipófise, adenoma da hipófiseResumo
Objectivos: Comparar a incisão sublabial com a incisão columelar no acesso trans-septal para cirurgia trans-esfenoidal microscópica da hipófise, quanto às complicações perioperatórias e sequelas observadas.
Desenho do estudo: Estudo retrospectivo.
Material e métodos: Revisão dos registos clínicos de 50 doentes submetidos a cirurgia trans-esfenoidal microscópica para ressecção de adenoma da hipófise, no Hospital de Braga, entre Julho de 2007 e Novembro de 2010. Foram colhidos e avaliados dados demográficos, co-morbilidades pré-operatórias, classificações histológica e imagiológica do adenoma, duração da cirurgia, duração do internamento e complicações per(pré)- e pós-operatórias. O seguimento dos doentes foi entre um e seis meses. Na análise estatística foi utilizado o programa SPSS® Statistics 17.0.
Resultados: 50 doentes, 32 (64%) do sexo feminino e 18 (36%) do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 16 e 87 anos, média de 50 anos. 40 (80%) casos tratavam-se de macroadenomas e 10 (20%) de microadenomas. 15/47 (31.9%) doentes foram submetidos a cirurgia trans-esfenoidal transseptal através de incisão columelar e 32/47 (68.1%) doentes através de incisão sublabial. Verificaram-se complicações oronasais num total de 5/14 (35.7%) doentes no grupo em que foi utilizada incisão columelar e 14/29 (48.3%) doentes no grupo em que foi utilizada incisão sublabial (p>0.05). Verificou-se que doentes com excesso de peso tiveram mais frequentemente complicações (p<0.01). Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas na taxa de doentes com complicações de acordo com a idade, género, incisão cirúrgica utilizada, tipo de adenoma, ou em doentes com outras co-morbilidades pré-operatórias. A duração da cirurgia e do internamento não tiveram diferenças estatisticamente significativas relativamente à incisão cirúrgica utilizada.
Conclusões: As incisões sublabial e columelar na cirurgia trans-esfenoidal mostraram, neste estudo, não afectar as taxas de complicações per(pré)- e pós-operatórias.
Título abreviado: Cirurgia trans-esfenoidal da hipófise
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