Laringectomia parcial supracricoideia reconstrutiva com C.H.E.P. – Experiência do serviço nos últimos 10 anos

Autores

  • Joana Filipe Interna do Internato Complementar do Serviço de ORL II do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) - Hospital Pulido Valente (HPV), Lisboa, Portugal
  • Helena Ribeiro Interna do Internato Complementar do Serviço de ORL II do CHLN - HPV, Lisboa, Portugal
  • André Amaral Interno do Internato Complementar do Serviço de ORL do CHLC – Hospital S. José, Lisboa, Portugal
  • Rui Fino Assistente Hospitalar Graduado do Serviço de ORL do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa Francisco Gentil, Lisboa, Portugal
  • Hugo Estibeiro Assistente Hospitalar Graduado do Serviço de ORL do IPO de Lisboa, Lisboa, Portugal
  • Pedro Montalvão Assistente Hospitalar Graduado do Serviço de ORL do IPO de Lisboa, Lisboa, Portugal
  • Miguel Magalhães Director do Serviço de ORL do IPO de Lisboa, Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.198

Palavras-chave:

laringectomia parcial supra-cricoideia (LPSC), cricohioidoepiglotopexia (CHEP), preservação vocal, parâmetros pré e pós-operatórios

Resumo

Em casos seleccionados de neoplasias da região glótica ou supra-glótica é possível proceder a cirurgia conservadora da laringe com realização de laringectomia parcial supracricoideia (LPSC).

Dependendo da extensão da ressecção cirúrgica poder-se-á realizar a reconstrução por meio de Cricohiodopexia (CHP) ou de Cricohioidoepiglotopexia (CHEP).

A possibilidade de poder preservar a voz, sem necessidade de traqueostomia constitui uma das vantagens, em reconstruções bem sucedidas, contudo a dificuldade de deglutição e a aspiração são complicações possíveis e frequentes.

Objectivo: avaliar os resultados do tratamento das neoplasias da laringe nos doentes submetidos a laringectomia parcial supracricoideia com reconstrução com CHEP (LPSC-CHEP).

Material e Métodos: os autores realizam um estudo retrospectivo dos doentes submetidos a LPSC-CHEP nos últimos 10 anos (2000-2009) no IPO de Lisboa, avaliando os parâmetros pré e pós-operatórios de maior relevância, nomeadamente, sexo, idade, estadiamento tumoral, média de dias de internamento, média de dias para descanulação, média de dias para remoção da sonda nasogástrica (SNG), complicações imediatas e a longo prazo.

Resultados: Neste período foram realizadas 33 LPSC-CHEP, tendo sido incluídas 31 LPSC-CHEP neste estudo. Todos os doentes eram do sexo masculino com idade média de 57,7 anos, 45,1% apresentando-se no estadio T1b. A média de internamento foi de 12,6 dias, tendo mais de 70% dos doentes sido descanulados até ao 19º dia (média de 29,7 dias). A SNG foi removida após uma média total de 48,9 dias. A longo prazo, a aspiração e a redundância da mucosa aritenoideia foram as complicações mais frequentes. A taxa global de sobrevida foi de 100% aos 12 meses de seguimento pós-operatório.

Conclusão: Para casos seleccionados de cancro da laringe, a LPSC-CHEP é uma excelente opção de tratamento, permitindo a preservação da função.

Referências

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Como Citar

Filipe, J., Ribeiro, H., Amaral, A., Fino, R., Estibeiro, H., Montalvão, P., & Magalhães, M. (2011). Laringectomia parcial supracricoideia reconstrutiva com C.H.E.P. – Experiência do serviço nos últimos 10 anos. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 49(4), 267–272. https://doi.org/10.34631/sporl.198

Edição

Secção

Artigo de Revisão