Herpes Zoster Oticus: evolução a longo prazo
DOI:
https://doi.org/10.34631/sporl.400Palavras-chave:
herpes zoster oticus, síndrome de Ramsay-Hunt, paralisia facial, qualidade de vida, hipoacusia, sincinésiaResumo
Objectivos: O herpes zoster oticus (HZO) ou síndrome de Ramsay- Hunt tem sido reputado de prognóstico reservado relativamente à recuperação funcional da mímica facial e da disfunção vestibulo-coclear. No presente estudo procurou-se avaliar a recuperação funcional dos doentes internados com este diagnóstico clínico no Hospital de São João nos últimos 12 anos.
Material e Métodos: Análise retrospectiva dos boletins clínicos de 23 doentes com HZO, e avaliação clínica dos doentes com evolução superior a 12 meses. Complementarmente procedeu-se a um estudo audiométrico, um inquérito de avaliação da qualidade de vida pós-paralisia facial (FaCE) e da sincinésia baseado no Synkinesis Assessment Questionnaire (SAQ).
Resultados: Obtiveram-se diferenças audiométricas significativas para a maioria das frequências entre o ouvido atingido pelo HZO e o contralateral no episódio inicial que tendem a recuperar ligeiramente com o tempo. Mais de metade dos doentes ficam com sequelas funcionais da mímica facial com graus variáveis de sincinésia. A alteração dos movimentos faciais e o desconforto ocular correspondem às principais queixas dos doentes.
Conclusões: A longo prazo, o HZO deixa sequelas auditivas e da mímica facial que subjectivamente causam pouco impacto ao doente em termos sociais.