Schwannoma vestibular em indivíduos com surdez neurossensorial assimétrica: quando rastrear?

Autores

  • Rafael Pires Hospital Garcia de Orta, Unidade de Saúde Local de Almada/Seixal, Portugal https://orcid.org/0009-0005-4734-9570
  • Jorge Canha Dentinho Hospital Garcia de Orta, Unidade de Saúde Local de Almada/Seixal, Portugal
  • Sofia Teles Hospital Garcia de Orta, Unidade de Saúde Local de Almada/Seixal, Portugal https://orcid.org/0000-0003-1545-9757
  • Mariana Neto Hospital Garcia de Orta, Unidade de Saúde Local de Almada/Seixal, Portugal https://orcid.org/0000-0003-4949-8762
  • Filipa Castelão Hospital Garcia de Orta, Unidade de Saúde Local de Almada/Seixal, Portugal
  • Lisete Santos Hospital Garcia de Orta, Unidade de Saúde Local de Almada/Seixal, Portugal
  • Sílvia Alves Hospital Garcia de Orta, Unidade de Saúde Local de Almada/Seixal, Portugal
  • Cristina Marques Hospital Garcia de Orta, Unidade de Saúde Local de Almada/Seixal, Portugal
  • Luís Antunes Hospital Garcia de Orta, Unidade de Saúde Local de Almada/Seixal, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.2198

Palavras-chave:

schwannoma vestibular, surdez neurossensorial assimétrica, rastreio, patologia retrococlear, ressonância magnética

Resumo

Objetivos: (1) Comparar parâmetros clínicos e audiométricos entre indivíduos com schwannoma vestibular (SV) e indivíduos com surdez neurossensorial assimétrica (SNSA) sem etiologia atribuída; (2) avaliar protocolos propostos para o rastreio de SV.

Desenho do Estudo: Retrospetivo e transversal.

Material e Métodos: Dados demográficos, clínicos e audiométricos foram analisados e comparados em 208 indivíduos com SNSA com e sem SV na RM. A sensibilidade, especificidade e exatidão de diferentes protocolos para rastreio de SV foram analisadas.    

Resultados: Dezoito indivíduos (8.3%) apresentaram SV. O sexo feminino, a ausência de tabagismo, acufeno unilateral, alterações da sensibilidade e motricidade hemifaciais, teste de impulso cefálico (HIT) positivo e resultado de potenciais evocados auditivos do tronco cerebral (PEA-TC) sugestivo foram significativamente mais associados ao grupo com SV.  A assimetria audiométrica foi superior aos 4 kHz em indivíduos com SV. A análise de um novo protocolo proposto com critérios clínicos e audiométricos revelou uma sensibilidade (94.6%), especificidade (46.5%) e exatidão (50.9%) superiores aos protocolos exclusivamente audiométricos avaliados.

Conclusões: A par da audiometria, este estudo demonstrou o benefício de contemplar também indicadores clínicos num novo protocolo de decisão de rastreio de SV.

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Publicado

08-12-2024

Como Citar

Pires, R., Canha Dentinho, J., Teles, S., Neto, M., Castelão, F., Santos, L., Alves, S., Marques, C., & Antunes, L. (2024). Schwannoma vestibular em indivíduos com surdez neurossensorial assimétrica: quando rastrear?. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 62(4), 349–355. https://doi.org/10.34631/sporl.2198

Edição

Secção

Artigo Original