Tratamento cirúrgico de estenoses laringo-traqueais benignas: 20 anos de experiência do IPO de Lisboa

Autores

  • Marisa Rosário Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Portugal
  • António Nicolau Fernandes Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, Portugal
  • Daniel Cabral Serviço de Cirurgia Torácica do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, Portugal
  • Joana Marques Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de São João, Portugal
  • Inês Delgado Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Portugal
  • Ana Hebe Serviço de Otorrinolaringologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, Portugal
  • Pedro Montalvão Serviço de Otorrinolaringologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, Portugal
  • Miguel Magalhães Serviço de Otorrinolaringologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.971

Palavras-chave:

estenose laringo-traqueal, tratamento, correcção cirúrgica, entubação oro-traqueal, traqueomalacia, traqueotomia

Resumo

Existe uma ampla variedade de abordagens terapêuticas para a estenose laringo-traqueal.
Identificaram-se os doentes submetidos a cirurgia para correcção de estenoses laringo-traqueais no Serviço de ORL do IPO de Lisboa entre 2000 e 2020. Analisaram-se e compararam-se variáveis demográficas, etiologia da patologia laringo-traqueal, localização da estenose laringo-traqueal, intervenções prévias, tipo de procedimento realizado, resultados pós-cirúrgicos, complicações pós-operatórias e duração do follow-up.
Em 53 doentes com estenoses laringo-traqueais benignas, com idade média de 50 anos e distribuição idêntica entre géneros, 49,1% tinha história de entubação oro-traqueal prévia. A primeira cirurgia foi realizada por abordagem externa em 77,4% dos doentes. Verificou-se re-estenose em 47,3% dos casos estudados, implicando uma média de 2,6 cirurgias. Entre os doentes incluídos neste estudo, 32,1% mantiveram dependência de traqueotomia. A presença de traqueomalácia associou-se à impossibilidade de descanulação (p<0.001).

Na abordagem terapêutica das estenoses laringo-traqueais são frequentemente necessárias múltiplas cirurgias. A prevenção da traqueomalácia poderá contribuir para reduzir a incidência desta patologia.

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Publicado

07-06-2022

Como Citar

Rosário, M., Fernandes, A. N., Cabral, D., Marques, J., Delgado, I., Hebe, A., Montalvão, P., & Magalhães, M. (2022). Tratamento cirúrgico de estenoses laringo-traqueais benignas: 20 anos de experiência do IPO de Lisboa. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 60(2), 89–94. https://doi.org/10.34631/sporl.971

Edição

Secção

Artigo Original