Descompressão endoscópica transnasal da órbita na Doença de Graves: 20 anos de experiência no Hospital de Egas Moniz

Autores

  • Luís André Baptista CHLO https://orcid.org/0009-0008-3475-0308
  • Tiago Colaço Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), Portugal
  • Margarida Baptista Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), Portugal
  • Lu´ís Castelhano Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), Portugal
  • Filipe Correia Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), Portugal
  • Mariana Donato Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), Portugal
  • Vítor Oliveira Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), Portugal
  • Deodato Silva Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), Portugal
  • Pedro Alberto Escada Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34631/sporl.2077

Palavras-chave:

Doença de Graves, orbitopatia tiroideia, descompressão da órbita, diplopia

Resumo

Introdução e objetivos: A orbitopatia de Graves é a manifestação extra-tiroideia mais comum da doença de Graves e manifesta-se sob a forma de proptose, queratite de exposição e/ou neuropatia ótica compressiva. O seu tratamento, em particular quando é refratária ao tratamento médico, passa pela descompressão cirúrgica da órbita. O objetivo deste trabalho é avaliar a eficácia e segurança da descompressão endoscópica transnasal da órbita.

Métodos: Análise retrospetiva dos doentes submetidos a este procedimento entre Janeiro de 2001 e Dezembro de 2022. Os pacientes foram avaliados antes e após a cirurgia relativamente à presença de sintomas oftalmológicos, complicações cirúrgicas e alterações nos seguintes parâmetros: acuidade visual, pressão intraocular e proptose.

Resultados: O estudo incluiu 40 órbitas de 27 doentes. Na avaliação oftalmológica, em média, a pressão intraocular reduziu 2,7 mmHg (p < 0,001), a proptose reduziu 3,98 mm (p < 0,05) e a acuidade visual melhorou 2/10 de visão (p < 0,001). Não foram registadas complicações à exceção de diplopia de novo em 7 doentes (25,9%).  

Conclusão: A descompressão endoscópica transnasal da órbita apresenta bons resultados em termos de segurança e eficácia, apesar do desenvolvimento de diplopia pós-operatória não ser negligenciável.

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Publicado

08-12-2024

Como Citar

Baptista, L. A., Colaço, T., Baptista, M., Castelhano, L., Correia, F., Donato, M., Oliveira, V., Silva, D., & Escada, P. A. (2024). Descompressão endoscópica transnasal da órbita na Doença de Graves: 20 anos de experiência no Hospital de Egas Moniz. Revista Portuguesa De Otorrinolaringologia-Cirurgia De Cabeça E Pescoço, 62(4), 385–390. https://doi.org/10.34631/sporl.2077

Edição

Secção

Artigo Original